sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Exposição no espaço cultural do Aeroporto de Belém
O talento criativo do artista apareceu durante a infância nas ruas de Castanhal, município onde foi criado pela avó Maria Galdino, a dona Cazuzinha, junto com a irmã Célia Pontes. Vivendo com poucos recursos financeiros, brinquedo para os irmãos era dado somente no Natal, isso quando sobrava algum dinheiro. Mas, numa dessas brincadeiras de rua, Guilherme observou um colega brincando com um carrinho feito de lata e achou aquilo muito interessante. Então, começou a juntar quinquilharias daqui e dali para montar seus próprios brinquedos e fez sucesso. Logo se tornou o 'fazedor de brinquedos' da garotada da rua.
Aos 13 anos, para ajudar nas despesas de casa, Guilherme foi trabalhar numa oficina mecânica como funileiro e soldador. Algum tempo depois, em 1992, veio tentar a sorte em Belém, mas, sem muitas perspectivas, retornou a Castanhal para trabalhar na oficina do amigo Adilson Angelin, o Bida. 'Ele me deu liberdade para fazer minhas primeiras obras de arte que para mim, naquela época, eram apenas brinquedos, como quando era criança', conta o artista. Somente quando mostrou as peças aos amigos e ouviu incentivos para investir na carreira, foi que Guilherme resolveu levar a sério o ofício e embarcou novamente para Belém.
As coisas começaram a mudar quando Guilherme conheceu a dona de um bar, que pediu para que o artista deixasse algumas peças lá. 'Um dia ela me ligou e disse que tinha vendido tudo, aí comecei a procura lugares para expor e nessas andanças comecei a vender minhas peças nos lugares aonde ia, inclusive para clientes de outros países', conta Guilherme. Até que em 2006 conseguiu fazer sua primeira exposição, exatamente onde está hoje, no aeroporto. De lá pra cá, já contabiliza doze exposições em lugares diferentes, a maioria em bares da cidade.
E dessa forma Guilherme vai ganhando a vida. À noite, pega a mochila, coloca umas quatro obras e sai para vendê-las. Às vezes vende tudo, em outras oportunidades, nenhuma, mas nunca perde a chance de buscar novos contatos. 'Muitos gostam das peças, mas encomendam outras mais personalizadas. Só com esse trabalho na noite já conquistei uns sete clientes fixos', assegura o artista. Ele conta que as esculturas mais pedidas são figuras medievais, como o Don Quixote, e figuras amazônicas, como os ribeirinhos. O valor das peças variam muito, principalmente por causa do tamanho. 'As menores custam 50 reais e as maiores já vendi até por cinco mil', conta.

Guilherme alugou um galpão para produzir suas peças e parte do local ele aluga para um vendedor de sucatas que é a pessoa que lhe fornece boa parte do material que utiliza. 'Antes ia atrás das sucatas nas oficinas, agora elas vêm até mim', comemora. Também começou a investir na transformação de motos comuns em motos chopper custon, aquelas estradeiras, imortalizadas no filme 'Easy Rider', com Peter Fonda e Denis Hopper. 'Viver só de arte aqui em nosso estado é quase impossível, se bem que fazer essas motos também é, a meu ver, uma forma de arte', ressalta.
Texto publicado na Revista Troppo de O Liberal
Dom Quixote

SONHA ALONSO QUIJANO
Desperta aquele homem de um indistinto
Sonho de alfanjes e de campo chão,
Toca de leve a barba com a mão
Duvidando se está ferido ou extinto.
Não irão persegui-lo os feiticeiros
Que juraram seu mal por sob a lua?
Nada. O frio apenas. Apenas sua
Amargura nos anos derradeiros.
Foi o fidalgo um sonho de Cervantes
E Dom Quixote um sonho do fidalgo.
O duplo sonho os confunde e algo
Está ocorrendo que ocorreu muito antes.
Quijano dorme e sonha. Uma batalha:
Os mares de Lepanto e a metralha.
Tradução: Josely Vianna Baptista
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
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